Mergulho no Espírito

 

Texto base: Ezequiel 47: 1-6

O profeta Ezequiel registrou no capítulo 47 de seu livro, dos versículos 1 ao 6, uma experiência sobrenatural que teve. Nela, um mensageiro de Deus o faz adentrar as águas de um rio que nasce em sua casa, que ao final desembocaria num mar. Tal entrada ocorre gradualmente, sempre incitada pelo mensageiro após ter este feito certa medida, com um cordel, ao longo do rio.

Inicialmente, fez com que o profeta se dirigisse mil côvados rio adentro, após o que Ezequiel nota ter a água dado em seus tornozelos. Medindo mais mil côvados segundo o trajeto do rio, incita o profeta a percorrê-los, depois do que este percebe que a água batia em seus joelhos. Prosseguindo o mensageiro, com o cordel mede mil côvados adiante, fazendo com que Ezequiel passe pelas águas e note que as águas dão nos lombos. Mil côvados à frente são suficientes para chegar a águas profundas, nas quais só se podia passar a nado. Depois disso, é levado de volta à margem.

O Espírito Santo, na Bíblia, é muitas vezes figurado pela água, a água viva. Como escreveu o apóstolo Paulo em Romanos 15:4, as coisas que dantes foram escritas, para o nosso ensino foram escritas. Assim, com tal experiência vivenciada por Ezequiel, porém não devidamente explicada por este (não o culpo, pois o Espírito Santo apenas desceu quando Cristo subiu, e isto o profeta nem sequer imaginava), Deus deseja nos dizer que a sua vontade é que penetremos no rio do seu Espírito cada vez mais, até que sejamos completamente tomados por ele. Enquanto estivermos com os pés no leito desse rio, significa que ainda estamos sob o controle do nosso eu, movido via de regra por sentimentos carnais, mundanos, contrários ao propósito de Deus. A Bíblia diz-nos que o homem natural não aceita as coisas do Espírito, porque lhe parecem loucura (1 Coríntios 2:14).

Por essa razão, não podemos nos contentar em apenas sermos morada do Espírito Santo, algo que ocorre quando amamos o Senhor Jesus (João 14:23), traduzida como a guarda dos seus mandamentos; não podemos ficar satisfeitos quando a água bater em nossos tornozelos, e nos joelhos, e nos lombos, porque nestas circunstâncias nossos pés ainda estão no fundo, ainda estamos sob nosso próprio controle. Devemos, pois, prosseguir, até que não dê mais pé, porquanto somente assim estaremos sob o controle do Espírito; e embora ainda possamos nadar, o Espírito de Deus nos conduzirá para onde lhe aprazer.

O mergulho no Espírito requer relacionamento, e não existe relacionamento sem intimidade. Precisamos de tal maneira intensificar a intimidade a ponto de, comparado com outros, nosso relacionamento com Deus seja efetivamente exclusivo. Como pode isso ocorrer se ouvimos mais as pessoas com quem nos relacionamos, conversamos mais com elas, que com Deus? Embora um não exista sem o outro, incorremos no erro de colocar o relacionamento vertical em segundo lugar, em detrimento do horizontal.

Pediremos a Deus que nos ensine a colocar a busca pelo seu Reino e sua justiça em primeiro lugar, e não nos deixar perder de vista a promessa que nos foi feita pelo Senhor Jesus: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”. Aleluia!

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