Crenças

 

Inicio com uma questão: Podemos, nós, viver sem acreditar que algumas coisas não mudam? Por viver, não me refiro aos processos vitais, como o respirar ou mesmo o bater do coração; e sim às atividades que desempenhamos no cotidiano, aos nossos afazeres diários. Outrossim, com nós, não pretendo restringir os destinatários da questão a um grupo formado por cristãos, mas em princípio a todas as pessoas.

            A resposta à questão é não; não podemos viver sem a crença de que certas coisas são imutáveis. Com efeito, quando ando, preciso acreditar que a firmeza do chão sob meus pés não irá mudar – deposito tanta fé nisto que ao caminhar quase não olho para baixo. Dado que quando realizo alguma atividade física há uma diminuição da energia química estocada em meu corpo, se não cresse que o alimento que consumo reporia tal energia, sequer levantaria de minha cama – e acredito que essa reposição sempre ocorrerá. Quando falo, não falo porque preciso, mas porque de antemão creio que serei ouvido – se isto não ocorre, simplesmente fico de boca fechada. Os cristãos, no entanto, têm uma peculiaridade: creem em todas essas coisas, naturalmente; mas acima de tudo acreditam em um Deus que é o mesmo ontem, hoje e eternamente.

            Mas e daí? Crença por crença, quem está em melhor estado: nós, os cristãos, ou os pagãos? Eis a questão.

            Os pagãos firmam sua confiança nas coisas e nos homens, ambos falíveis: se confio demasiadamente no chão posso ser por ele traído mediante uma pedra no meio do caminho, um precipício à minha frente quando olho para os lados, ou um terreno pantanoso que aparenta rigidez; se confio demais no alimento que saciará a fome que carrego, posso me decepcionar com a quantidade de comida à disposição ou com seu baixo valor energético; quando coloco toda a confiança na atenção que as pessoas irão me dedicar, possivelmente ficarei frustrado ao perceber que estavam menos interessadas em mim do que pensava.

            Por outro lado, crer em um Deus que não muda resulta em convicta confiança de que ele cumprirá as promessas que nos fez. A promessa de que:

            (a) Tudo podemos naquele que nos fortalece (Filipenses 4:13);

            (b) Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28);

            (c) Quando estou fraco, então sou forte (2 Coríntios 12:10);

            (d) Podemos entregar ao Senhor nosso caminho, confiar nele, pois ele tudo fará (Salmo 37:5);

            (e) Pedindo, receberei, buscando, encontrarei, e batendo à porta, ela me será aberta (Mateus 7:7);

            (f) Se sentirmos falta de sabedoria, pediremos a Deus e ele nós dará de boa vontade (Tiago 1:5);

            (g) Tudo o que pedirmos no nome do Senhor Jesus, ele o fará, para que o Pai seja glorificado no filho (João 14:13);

            (h) Ainda que andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque a vara e o cajado do Senhor me consolam (Salmo 23:4);

            (i) Aqueles que perseverarem até o final, serão salvos (Mateus 24:13).

 

Estas e muitas outras promessas são para aqueles que confiam no Senhor, pois os que esperam no Senhor não serão decepcionados (Salmo 25:3). Em acréscimo, é-nos permitido nutrir maior expectativa, pois olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente jamais imaginou o que o Senhor preparou para aqueles que o amam (1 Coríntios 2:9). Aleluia!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Predileção pelos Domésticos da Fé

Nossa maior Esperança em Cristo

Pedindo, Buscando, Batendo