Apartai-vos de mim

 

Versículos Mateus 7:15-23 (principal), Mateus 25:34, Apocalipse 6:16, 1 Coríntios 8:3, 1 João 4:20

           

            Estamos acostumados a ouvir, e de fato aprendemos assim, que no grande dia, no dia do Juízo, uns receberão a salvação enquanto aos outros estará reservada a condenação. Por outras palavras, quando, enfim, o joio for separado do trigo, ou, como está escrito em Mateus 25, quando os bodes forem postos à esquerda, e as ovelhas, à direita, todas as pessoas do mundo estão divididas em duas categorias: herdeiros do Reino e filhos da perdição. Ao dizer que, naqueles dias, muitos dirão “Senhor, Senhor, em teu nome teu nome profetizamos, em teu nome expelimos demônios, em teu nome operamos maravilhas” e, não obstante isso, Jesus lhes responderá “Apartai-vos de mim, porque não vos conheço, vós que praticais a iniquidade”, deixa o texto entrever que, dentre os filhos da perdição também haverá duas classes de pessoas: aquelas que, ao ver o Filho, saberão que o destino delas é a condenação, pelo que dirão, quando estiverem escondidos por debaixo dos rochedos por ocasião da abertura do sexto selo ,“Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que está assentado no trono, e da ira do Cordeiro”, e as que – e isso é o mais angustiante – estarão enganadas até o final. Estas, pensando receber um “Vinde a mim, benditos de meu Pai,” correrão para Jesus, de braços abertos, e receberão um “Apartai-vos de mim porque nunca vos conheci”.

            Tão penetrante quanto descobrirmos que, afinal, podemos estar iludidos, pensando que iremos receber algo que, em realidade, não está endereçado a nós, é saber que mesmo a posse de dons espirituais não nos garante a salvação. De fato, dentre aqueles que, com perplexidade, serão excluídos da herança, muitos terão demonstrado, como predisse Jesus, terem sido usados por Deus como profetas, na expulsão de demônios e realização de milagres.

            A pergunta que devemos fazer a nós mesmos é esta: De que maneira, então, posso atestar se o meu proceder está correto, ou, melhor dizendo, é agradável a Deus? Bem, o versículo 23 nos dá uma chave para a resposta: Jesus disse a eles “Nunca vos conheci”. Assim, devemos, pois, tornar-nos conhecidos a Deus – oportuno se faz chamar a atenção que conhecer não significa, neste contexto, apenas saber quem é, pois Deus sabe de tudo, conhece todas as coisas; tem, antes, o sentido de aprovação. Como isso pode acontecer?

Em 1 Coríntios 8:3 está escrito que aquele que ama a Deus, é conhecido por ele; essa é a pedra fundamental. Devemos, pois, buscar amar a Deus com todas as nossas forças, de todo o nosso coração e com todo nosso entendimento. Como amá-lo com todas as forças? Proclamando aos quatro cantos nossa gratidão a ele por todas as bênçãos concedidas. Como amá-lo de todo o coração? Mostrando que estamos dispostos a ter um relacionamento cada vez mais íntimo com ele (e não há intimidade numa relação em que as partes não conversam entre si). De que modo podemos amar a Deus com todo entendimento? Buscando conhecê-lo mediante o estudo das Escrituras. E se, fazendo tudo isso, é-nos de menor relevância o aborrecimento que causamos ao próximo? 1 João 4:20 brada que aquele que diz amar a Deus, mas aborrece seu irmão, mentiroso é.

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