O que acontece após a morte?

 

Em matéria de estado intermediário entre esta vida e a que devemos ter por ocasião do Reino, é importante, como contraponto ao que pensamos, expor o que pensam os adventistas a respeito. É pública e por eles muito divulgada a defesa que fazem da ideia de que após a morte física todos, salvos e perdidos, entram no estado de sono profundo aguardando o juízo final.

Não sou adepto deste entendimento porquanto creio haver evidências suficientes na bíblia para pensar que aqueles que hão de ser salvos começam a reinar com Cristo no céu tão logo faleçam. Há que se dizer, vale ressaltar, que esse reinado se circunscreve ao plano espiritual; quero dizer que serão almas a louvar o Senhor, não corpos físicos ainda. Vejamos algumas passagens que corroboram essa tese:

1.      Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. (Lucas 23:43)

2.      Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. (Filipenses 1:23)

3.      E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adorarão a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. (Apocalipse 20:4-5)

O primeiro excerto são as palavras ditas pelo Senhor na cruz ao homem ao seu lado que havia se mostrado arrependido de seus maus atos e crido em Jesus como o filho de Deus. Os adventistas alegam que, devidamente pontuada, sua forma correta seria: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso. O idioma grego daquela época não era dotado de sinais de pontuação.

Escrita dessa maneira, temos de admitir que ela pode assumir um significado distinto da outra forma, a qual é mais comumente apresentada. Porém, ainda assim ela não exclui a possibilidade de que o fechar os olhos para morrer conduz-nos imediatamente a um plano espiritual, e não a um mero sono profundo.

O segundo trecho foi dito por Paulo enquanto estava na prisão, em iminência de ser morto pelas autoridades. Se o sono profundo e inconsciente sucedesse a morte, não faria sentido o apóstolo dizer que, por si mesmo, desejava partir e estar com Cristo. De fato, dentro do paradigma adventista ele teria de esperar muito tempo até se encontrar com o Senhor.

Por fim, o terceiro trecho deve ser entendido segundo o molde reformado instrumentalizado pelo paralelismo progressivo. Por meio dele compreendemos que o reino milenial está em vigor desde a ascensão de Jesus.