Cristãos e Política

 

Não há um registro bíblico sequer, particularmente no Novo Testamento, de ação ou mesmo incitação à participação de cristãos no poder político. Em que pese a ausência de um modelo democrático a vigorar em tempos de Império Romano, algo que evidentemente demoveria as ambições de alcance do poder face à real brutalidade das repressões, inexiste na palavra de Deus qualquer sugestão de disseminação do evangelho de cima para baixo.

Isso quer dizer que não devemos tomar partido ou lado político, abdicando-nos até mesmo de votar? Não, em absoluto. Ao menos não é assim que eu o entendo. Se, por um lado, é bastante claro que seria ingenuidade extremada um cristão achar que através do governo de uma ou outra pessoa a vida há de ficar melhor em todos os sentidos – vez que este mundo está em poder do Maligno, e por esta razão padeceremos aflições – por outro nós sabemos que as autoridades são instituídas por Deus (Romanos 13:1), e que são instrumentos que promovem a organização e uma vida minimamente civilizada. Quanto a isso, lemos em João 19:11: Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem. Isto foi o que Jesus disse a Pilatos após este vangloriar-se de que tinha poder para mandar matar ou soltá-lo.

No que tange à administração e organização da vida das pessoas, lemos em 1 Timóteo 2:1-2: Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos que estão na eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda piedade e honestidade.

Se em época que não podíamos votar nem opinar em favor ou prejuízo a possíveis candidatos a deter o poder temporal o apóstolo exortava os cristãos a orarem pelas autoridades a fim de que tivessem paz e gozassem de uma vida tranquila, quanto mais poderemos fazer hoje em dia com o poder institucional do voto? É por isso que defendo a tese de que não apenas devemos orar, como também optar por um ou outro político para assumir um cargo público à guisa dos interesses coletivos que não conflitarem com o que prescreve a palavra de Deus.

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