Transformando o Mal em Bem

                

            O breve relato que trouxemos para reflexão diz respeito à notável história de um homem chamado José que viveu nos longínquos tempos dos anos 1500 a.C. Membro de uma numerosa família de pastores peregrinos que viviam onde hoje se localizam Israel e Palestina, tinha 11 irmãos, algumas irmãs, e seu pai se chamava Jacó.

                Por ser muito querido por seu pai, era alvo de frequentes ataques de ciúme por parte de seus irmãos. Certa vez, enquanto pastoreavam o rebanho de ovelhas em local distante de sua casa – a qual, em realidade, se tratava de uma tenda devido aos constantes deslocamentos que tinha de fazer em busca de pastos viçosos para os animais – seus irmãos intentaram um plano para matá-lo. Enquanto maquinavam entre si acerca de como proceder, porém, um deles se levantou demonstrando contrariedade ao assassinato, visto que José era sangue do sangue deles. Convencidos a não tirar a vida de seu irmão, deliberaram vende-lo como escravo a uma caravana de árabes que se deslocavam rumo ao Egito. Pois assim o fizeram. A Jacó contaram que um animal selvagem devorara seu amado filho, restando apenas a túnica que o pai lhe havia dado como presente – encharcada com sangue se uma ovelha para parecer que fosse o sangue de José.

                Chegando ao Egito, José foi comprado por um oficial do Faraó chamado Potifar. Este, percebendo que o homem que comprara era homem sensato e de boa índole, o pôs como administrado de sua casa. Certo dia, a mulher de Potifar, notando que o marido não estava por perto, começou insistentemente a assediar José, ao que este rechaçava, pois era homem temente a Deus e que se desviava do mal. Inconformada por não conseguir o que tanto queria, passou a acusar José de ser ele que a pretendia molestar, razão pela qual fora lançado na prisão.

                Sem esperança de se ver livre do cárcere, Deus fez com que o Faraó tivesse um sonho e capacitou José a interpretá-lo dentre todos os homens do Egito. Esse sonho previa que sobreviriam a todo o mundo 7 anos de grande fartura e abundância na produção agrícola, seguidos por outros 7 anos de devastadora seca. Entendendo o mandatário maior do Egito que não havia homem mais capacitado a administrar o país que José, colocou-o por governador. Desse modo José se tornou a segunda pessoa mais importante de todo o mundo, atrás apenas do Faraó.

                Quando o período de grande escassez se instalou com forte vigor, os irmãos de José desceram ao Egito para comprar mantimentos, visto ter esse país se tornado o principal celeiro de todo o mundo. Em um primeiro momento eles não reconheceram seu irmão. Após alguns desenlaces, todavia, José se revelou a eles, pelo que ficaram sobremodo temerosos por suas vidas receando que o agora governador dos egípcios decidisse se vingar.

                Ocorre, entretanto, que bastante comovido ao ver o medo e aflição que tomaram conta de seus irmãos, declarou-lhes: “Não tenham medo. Vocês, em verdade, intentaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem. Se eu não tivesse vindo para o Egito todos vocês teriam morrido de fome.”

Aspectos dignos de nota

(1) A vida de José demonstra, acima de tudo, que Deus é Soberano e Senhor da história. Isso significa que nada ocorre sem propósito: Por maiores que sejam as aflições, tudo conspira para o bem daqueles que O amam.

(2) Esperávamos, ao final do relato, que José retribuísse a seus irmãos na mesma moeda que deles recebera. Mas não, pagou com o bem o mal que lhe haviam feito. José perseverou em manter a cabeça erguida, em nunca se queixar e a agir de um modo completamente diferente do que era habitual para os dias dele - e ainda para os nossos.


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