Derrubando gigantes
Texto base: Daniel 2:31-35
Irei trazer o contexto da situação em causa: Devido à sua impiedade e desobediência, Israel foi invadido pelo exército babilônico, e muitos judeus, sobretudo os mais nobres e instruídos, foram levados cativos para a Babilônia, entre os quais Daniel e seus amigos, mais bem conhecidos como Sadraque, Mesaque e Abedenego.
Certa noite, enquanto estava dormindo, Nabucodonosor, rei da Babilônia, teve um sonho que muito o perturbou; porém, acordando logo pela manhã, sua memória se esvaiu, embora permanecesse a angústia e o temor. Convocou a todos os astrólogos, sábios e adivinhos do reino para que desvendassem o sonho que fugira da mente do rei assim como fornecesse a ele uma intepretação.
Como é de se esperar, os adivinhos, empoderados por Satanás, assim como este, não são capazes de ler a mente, de modo que não puderam atender ao pedido do rei. Furioso, Nabucodonosor determinou que todos os sábios, adivinhos e astrólogos fossem executados sumariamente, pelo que seu decreto foi prontamente cumprido pelo capitão da guarda do rei, Arioque. Este, ao encontrar-se com Daniel, comunicou-lhe da ordem que recebera para o executar; Daniel, temendo pela vida, pediu-lhe tempo para que orasse a Deus a fim de obter o sonho e sua interpretação. Do modo como disse ao capitão, assim procedeu, e Deus lhe entregou segundo sua petição.
Esse é o contexto. Se avançarmos mais um pouco no livro de Daniel, perceberemos que a estátua com a qual Nabucodonosor sonhou tem um significado escatológico, isto é, refere-se ao que aconteceu naquela época e ao que ocorrerá no fim dos tempos: Diz respeito às nações que dominaram e hão de controlar o mundo até a segunda vinda de Jesus.
Porém não é apenas acerca disso que o sonho se trata. A grande estátua são os problemas que encontramos no decorrer dessa caminhada. Nunca podemos nos esquecer que, uma vez libertos da escravidão dos pecados, uma vez libertos do Egito espiritual, estamos a percorrer um grande deserto rumo à Canaã Celestial, a qual está no Céu. Se não nos atentarmos para isso, incorreremos no risco de viver uma vida inteira de frustração à semelhança de muitos cristãos sinceros, pois iludem-se em viver o Céu aqui na terra, neste mundo que jaz no Maligno.
O Novo Testamento inteiro nos alerta para olharmos mais para as coisas do Alto e menos para as daqui de baixo. Avisa-nos que nossa cidadania é do Céu, e aqui estamos como peregrinos em terras estrangeiras. Adverte-nos de que, se esperarmos em Cristo apenas nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Estamos aqui para pregar o Evangelho, levar as Boas Novas aos ímpios até que se complete o número daqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida (Isso mesmo! Neste livro, escrito desde a fundação dos tempos, estão registrados os nomes de todos os que hão de herdar o Reino!). Portanto, pensemos mais no Céu e menos na Terra.
Por outro lado, para que Deus seja glorificado, há promessas para nós cujo cumprimento se dará aqui. Foi o próprio Jesus quem disse: Vinde a mim todos os que estão cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei (Mateus 11:28). Foi o mesmo Jesus quem disse para perseverarmos em oração até que nossas petições sejam respondidas por Deus. Também disse o nosso Senhor que vários sinais acompanhariam aqueles que cressem nele: Falariam novas línguas, profecias, expeliriam demônios e curariam enfermos.
Por essa razão, viveremos com a cabeça no alto e os pés no chão; aguardando ansiosamente o momento em que iremos nos reunir aos salvos com Cristo, mas efetuando as obras que temos de realizar; clamando Maranata, mas levando as palavras da salvação a quem as precisa ouvir.
Enquanto estivermos com os pés nesta terra, todavia, estaremos sob a constante ameaça do Maligno e das forças espirituais por ele governadas. Diz a Bíblia que o seu poder se baseia no medo que a morte nos impõe. Em Hebreus 2:14, Paulo nos afirma que o Diabo tem o império da morte.
A estátua vista pelo rei Nabucodonosor simboliza o poder de Satanás: As armadilhas que ele nos arma enquanto estamos caminhando no deserto são, ao primeiro olhar, intransponíveis; os problemas são gigantes e, ao que parece, sem solução. Começamos a olhar o gigante de cima para baixo, e de imediato nos desfalecemos pois percebemos que sua cabeça é de ouro; seu peito e seus braços, de prata; seu ventre e suas coxas, de bronze; suas pernas, de ferro.
Muitas vezes durante essa caminhada perdemos a esperança, pois os problemas são grandes, são gigantes, invencíveis. Nas profundezas do nosso íntimo pensamos: Não é possível; perdi a batalha; não há esperança para a minha causa; é o fim.
De repente, no entanto, uma pedra se lançou a si mesma contra a estátua; ninguém a atirou. Essa pedra é Jesus. Atingindo a estátua em seus pés de barro, toda ela foi quebrada e esmiuçada. Isso mesmo, os pés da estátua eram de barro. Essa figura mostra que o inimigo só tem poder sobre nós até certo ponto: Até onde Deus o permite agir.
Esse texto nos traz uma mensagem de ânimo, paciência e perseverança: Por maiores que sejam nossos problemas, um dia eles terão fim porque, apesar de começar como uma pedrinha, apesar de ter início tão pequeno como uma semente de mostarda, maior é Jesus e seu poder para nos salvar. A glória de Deus manifesta em nós será conhecida por todos! Louvado seja o nosso Senhor!
Comentários
Postar um comentário